Em nossa primeira investida no sudoeste goiano fomos conhecer a região de Caiapônia, que tem em seu mapeamento mais de vinte cachoeiras referenciadas. Para chegar à Caiapônia você tem duas opções, as duas divergem em Goiânia optando em ir via Iporá ou via Rio Verde. Optamos pela via Rio Verde, pois nos indicaram condições melhores e por já existirem vários trechos duplicados.
Chegamos na cidade e nos agilizamos para conseguir pegar os últimos raios de sol batendo no morro do Gigante Adormecido. Em uma estrada de terra com alguns trechos de lama e alguns atoleiros, seguimos até um ponto que dava para curtir o visual, aproveitando assim os últimos raios de sol.
Pela manhã, pegamos a estrada até a cachoeira de São Domingos. No caminho a paisagem mostra bem a diversidade geográfica e a vegetação do estado do Goiás, pois a região é bem diferente da Chapada dos Veadeiros, por exemplo. Longas pastagens, ás vezes alguns vales cortam os planaltos com cachoeiras enormes, como esta de São Domingos. Logo de cara ao chegarmos na casa da entrada da cachoeira, escuta-se o som da queda. São dois caminhos para deslumbrar a cachoeira, no mais curto chegasse ao topo da queda e o visual do vale é realmente de tirar o fôlego. A outra trilha leva seus visitantes até o poço.
Depois de São Domingos, seguimos por um caminho alternativo via trilha até a cachoeira dos 3 Tombos, evitando assim uma volta de 50Km via asfalto. O track original desta trilha foi obtido com informações de terceiros, e o caminho com certeza teria muitas surpresas. Antes de sair da estrada de terra e entrar no trilheiro, tivemos a informação de que uma travessia de lama pesada não deixaria os carros passarem. Fomos conferir!Depois de algumas tentativas e uma verdadeira obra de pavimentação com pedras no lameiro, conseguimos passar.
O caminho ainda segue com mato alto, travessias de erosões, atoleiros e pedras. Paramos no Lajeado para o almoço e preparamos o rango. Tudo certo, carros já do outro lado do Lajeado, barrigas satisfeitas. Seguimos então e a preocupação por causa do tempo era visível, pois nem sabíamos o que teríamos ainda pela frente dos aproximadamente 10Km de trilha. Contornamos erosões, passamos por pastagens que escondiam valas, fomos por dentro de uma capoeira onde pequenos arbustos já tomavam o caminho, até chegarmos na bifurcação com a trilha oficial.
Lá estava os 3 Tombos e o caminho foi tão árduo que chegamos na boca da noite. Vimos ainda um pouco da queda com aquele resto de luz.
Dia seguinte, seguimos então para a cachoeira da Abóbora. Chegando no riacho que forma a sequencia de cachoeiras, preparamos um churrasco, sem pressa, curtindo o local até descermos para a Abóbora. Quem chega na cachoeira se surpreende, pois em certo ponto você vê apenas a fumaça de água até que, ao se aproximar, o visual é revelado, e que visual! Na volta, passamos para conhecer a cachoeira do Sereno.
A cachoeira do Sereno é larga, não alta, e possui uma praia onde a galera fica curtindo o visual.
Último dia, dia de regressar à Brasília, mas antes de pegar a estrada fomos conhecer a cachoeira do Índio que fica em uma estrada de terra no caminho para Rio Verde. Seguimos para Brasília, e percebemos que ainda tem muito chão para rodar em Caiapônia, afinal existem muitas cachoeiras e lugares bacanas na região.
Relato: Flávio Martins Santos
> Aventuras > 2013 > Nº76