A Borda Norte da Chapada dos Veadeiros e seus recantos poucos conhecidos já foi cenário de uma
exploratória onde constatamos belas cachoeiras, corredeiras e trilhas especiais que fogem dos roteiros convencionais.
Dessa vez na
Exploratória Yauara* nosso roteiro começou de forma tranquila e sossegada e a primeira etapa partiu lá da pracinha de “Calvaca” onde depois de um saboroso almoço e um breve descanso rumamos para a Cachoeira do Lavapés que fica ali pertinho da praça. Caminhada tranquila de quase 4Km ida e volta, foi só para esticar as pernas e avisar aos joelhos que amanhã teria mais.
Além da simpática cachoeirinha no riacho existem outros poços e a queda da Lavapés tem um local bom para tomar aquela forte pancada de água na cabeça. Ficamos ali até dizer chega e voltamos para a pracinha onde foi só o tempo de ir para a hospedagem, tomar aquele bom banho, saciar a fome e curtir de leve um carnaval animado e tranquilo.
2º dia levantamos cedo, café da manhã reforçado para garantir disposição na trilha e depois de arrumar os equipamentos foi só o grito: “
Partiu trilha!!”.
Depois de um breve briefing iniciamos a caminhada que com mais de 12Km ida e volta, corta uma reserva natural que possui uma fauna e flora bem preservadas. Seguimos em frente rumo a serra passando por buritizais, veredas e depois da subida chegamos na cachoeira. Roteiro que foge dos convencionais e em pleno carnaval tivemos uma cachu exclusiva para o grupo.
Curtimos um bom tempo a bela Cachoeira do Cozido que além da grande queda existem outros poços para deleite.
Pena que sempre tem a hora de voltar e a pernada de volta são aproximadamente 6Km pela frente. Voltamos em bom ritmo, passamos brevemente pela sede da fazenda e logo estávamos em Cavalcante.
3º dia alteramos o plano original por motivos de segurança e fomos para a Fazenda Araras. Trilha bem sossegada, curta e de nível leve. Rapidinho chegamos na beira do Rio São Bartolomeu e sua cachoeira. Ficamos ali um bom tempo com segurança, pegando sol, jogando conversa fora e ainda curtindo o Poço do Buriti. As danadinhas das nuvens vieram rodeando e colocou a galera para correr. Nada de susto e foi até bonito ver o pessoal passando pela mata ciliar de baixo daquela chuva.
4º e último dia e geralmente as coisas são mais rápidas, isso que tem que pegar a estrada de volta para nossos lares. Sem stress o grupo foi curtir as cachoeiras da Fazenda Veredas para fechar o este pedacinho da Chapada.
Chegamos e fomos direto para o Cânion do Veredão e era muita água e só deu para dar aquela olhada, ver, sentir a força da natureza e sem dar bobeira voltamos ligeiro lá para o lado do Poço Encantado. O sol deu uma boa fritada na galera e mesmo assim ficamos curtindo por um bom tempo aquele recanto com vários poços e quedas.
É sempre chato ter que lembrar de partir, e aos poucos o grupo foi se arrumando para voltar para “Cavalca”. O último almoço típico goiano, aquele café para acordar e foi só o tempo de arrumar as coisas e pé na estrada.
Nosso agradecimentos a todos participantes:
Ana Paula, Amanda, Arthur, Patrícia, Caroline, Solange, Taã, Fabrícia, Neuzimar, Sandra, Lucianne, Wanessa, Luiz e Roseane.
Forte abraço aos nossos amigos e parceiros:
Pedro Ivo, Douglas Santos e a Thaís do Hostel Casa de Mainha
Obrigado a todos aventureiro@s que confiaram no
DOCERRADO.com e embarcaram nesta trip.
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fique sabendo o que vem por ai e embarque nas próximas!!
+ informações: (61) 98232-7436
*Yauara, nome dado a esta exploratória com base na descrição de Hans Staden, que realizou duas viagens no Brasil durante 1548 e 1549. A segunda viagem de Hans Staden ficou conhecida por causa dos 9 meses em que foi prisioneiro dos indígenas Tupinambás. Nesse período como prisioneiro, Staden deixou valioso registro a respeito dos rituais antropofágicos dos indígenas.
Dica de leitura: Duas viagens ao Brasil - Hans Staden.
“Konian Bebe tinha uma grande cesta cheia de carne humana diante de si e estava a comer uma perna, que elle fez chegar perto de minha bocca, perguntando se eu também queria comer.
Respondi que sómente um animal irracional devora a outro, como podia então um homem devorar a outro homem?
Cravou então os dentes na carne e disse: ‘Jau ware sche’ que quer dizer: ‘Sou uma onça’, está gostoso!
- nota do tradutor Albert Löefgren: ‘O narrador quis dizer – Yauara ichê! – que se traduz – eu sou uma onça” STADEN, 1930, p.109.”
Relato: Flávio Martins Santos
> Aventuras > 2020 > Nº149