Travessia das 7 Quedas Nº2


 Região: São Jorge - GO
 Locais: Couros, Saltos, Corredeiras e Vale da Lua
 Data: 24/06/2017

Depois de 2015 a procura pela Travessia bateu forte nos contatos do DOCERRADO.com e resolvemos fazer duas edições desta maravilhosa caminhada agora em 2017.

Desta vez, o grupo de junho foi composto por 12 caminhantes, o dobro da edição de 2015, então o planejamento foi outro, desde a preparação, os bate-papos, treinos até o dia da aventura, e uma execução focada na boa realização de cada participante, tanto quanto o condicionamento físico e suas expectativas.
Dia 23/06 começamos a chegar na vila de São Jorge, empolgados alguns ainda curtiram um pouquinho da noite da vila.

Sábado as 8h o grupo estava na portaria do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, e após o procedimento de entrada, uma rápida conversa com o grupo e iniciamos a caminhada.
Passos firmes, conversa rolando e aquela empolgação sempre pela próxima paisagem que vem a frente. Flores e vegetação sempre mutável de acordo com as estações do ano o cerrado sempre surpreende lhe mostrando algo que ainda não viu.

O clima estava ao nosso favor, sol fraco e um bom vento fizeram o cansaço físico ser menor. Passamos batidos pelos Cânions e com paradas estratégicas tendo como referência a altimetria.

Chegamos então a travessia do Rio Preto, local de contentamento, afinal a tranquilidade do rio e a beleza faz merecer uma parada para um bom banho e um lanche mais demorado. Depois de recarregarmos as garrafinhas a marcha seguiu firme rumo ao camping. Neste momento o sol ficou mais forte e seguimos firmes até a Curva do Chapadão, onde o vento soprava forte aliviando o sol. Os morros da Baleia e do Buracão já estavam ao fundo e logo pegamos a parte das pedreiras antes do camping.

Aos poucos o grupo foi se recompondo. Barracas montadas, aquele banho nas águas das 7 Quedas faz realmente mostrar o quanto o conjunto da trilha (caminhada, cachoeiras, camping e belezas naturais) compensam lutar por uma vaga nesta Travessia.

A noite caiu e logo os fogareiros foram acesos para o preparo da janta. Cada um com suas preferencias e gostos, mas a alegria era geral em todos. Dormir cedo é inevitável até porque além do cansaço o tempo passa rápido enquanto esperamos ser vencidos pelo sono. O vento durante a noite soprou mais forte e o frio esteve presente, nada tão forte que abalasse uma boa noite de sono com direito a barulhos de pequenos animais rodeando o camping.

Aos poucos o grupo vai acordando e saindo das barracas, o café da manhã é visto como um momento de aliviar peso, consumindo a comida que faltou para fazer a ultima pernada mais leve. Acampamento desmontado, tralhas arrumadas e partimos para ficar um tempo ali curtindo as 7 Quedas até que seguimos para a trilha de saída.

Saindo do vale do Rio Preto, a trilha ganha um paredão de pedras e a famosa “escalaminhada” ritmada nos faz vencer de uma vez a subida. O ultimo trecho tem algumas passagens por curtos terrenos planos onde o vento passa para dar aquela boa refrescada. Nas pedras a atenção tem que ser redobrada por conta de cobras ou colmeias de abelhas ou vespas.

Quando avistamos a antena sabemos que em breve teremos como parada a casa dos guardas do parque, ou casinha, lá também fique esperto com vespas no telhado da casa. O grupo chegou antes do horário previsto, e depois de um breve descanso saímos para a ultima pernada, que para muitos é a mais bela quanto ao visual, afinal o cenário é o jardim de Maytrea, o morro da Baleia e seu vizinho o morro do Buracão. Aquela bela estrada que tem como final a caixinha do ICMBIO e a placa beirando a estrada é também o ponto onde muitos caminhantes concluem seus pensamentos durante a Travessia. A trilha não é difícil, pode ser feita de forma tranquila, mas para uma boa execução é bom ter preparo e equipamentos mínimos para seu conforto.

Nossa meta com este grupo foi realizada desde a montagem do grupo, treinos de caminhadas, as reuniões com muitas conversas sobre detalhes e equipamentos. A logística, resgate, hospedagem e apoio em São Jorge fazem parte do nosso trabalho e o resultado é o sucesso de uma boa e segura aventura.

Agradecemos ao grupo Cachorro Vinagre:
Fernanda, André, Paula, Victor, Julia, Marcelo, Alexandre, Geraldo, Cesar e Erika, e Carolzinha e Flávio.


Relato: Flávio Martins Santos

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