Com pouquíssimas informações montamos a Exploratória Serra de São Gonçalo, com a finalidade de mapear a trilha para realizarmos uma volta completa pelas belas formações e paisagens únicas daquele local.
Foram três dias mapeando a trilha e utilizando alguns dados de outros poucos aventureiros que estiveram dentro da Cidade de Pedra. Depois de refinada estas informações passamos a montar a logística da Exploratória e decidimos partir em um sábado que por nossa sorte amanheceu com um céu limpo, algo muito bom para esta época chuvosa no planalto central.
Estacionamos as viaturas em um ponto avançado e partimos por uma bela trilha rumo ao maior complexo de formações rochosas quartzíticas ruiniformes do Brasil. Rochas sedimentares do período pré-cambriano que estão entre as mais velhas do continente.
A área é algo em torno de 500ha, cerrado rupestre, alto grau de endemismo e também é considerado um local com uma vasta população de cobras e serpentes. Então muito cuidado durante seu trekking.
Visitamos a face norte da Serra de São Gonçalo, encontramos um pequeno poço no início da trilha, um dos poucos pontos de água durante o percurso. Visitamos também a batizada janela de São Gonçalo, contornamos as escarpas dos Andorinhões e retornamos sentido sul passando por dentro do “Templo”, formações rochosas que permitem o acesso em seu interior.
Definimos nossa trilha como nível médio pelo fato de ser uma exploratória, onde os erros, acertos e a incerteza sobre o caminho pouco explorado influenciam na trajetória a ser percorrida. Por isso a importância de estar sempre equipado com instrumentos que podem nos auxiliar como GPS e um estudo prévio da área.
Foram 7,56Km em terreno acidentado, muito sobe e desce e mato alto, onde foi preciso muitas vezes abrir caminho até chegar ao sucesso.
Depois da caminhada e todo cansaço paramos na Lagoa da Pedreira, onde nos refrescamos nas águas esverdeadas e depois seguimos para Pirenópolis pela bela estrada que corta o Parque Estadual dos Pireneus.
A Cidade de Pedra é um local ermo, com poucas referências e que apresenta riscos por estar afastada de apoio ou socorro. Se algo sério acontecer a remoção de um acidentado do local é algo trabalhoso. Um caminho com vários rastros e até pegadas de animais, além de ser um verdadeiro labirinto, ou seja, um bom composto para fazer alguém se perder.
DICAS: Levar bastante água, mesmo em época de chuva quase não se vê pontos de reabastecimento. Muita atenção por ande se passa, foi preciso desviar o caminho por conta de um enxame de maribondos, dois amigos sofreram picadas, nada muito sério, porém serviu de alerta.
Parabéns a todos participantes, afinal percorremos uma trilha inédita em uma região pouco explorada.
Relato: Flávio Martins Santos
> Aventuras > 2016 > Nº101