Sertão Zen, ou Ser Tão Zen?
Trilha cênica que corta a Serra da Baliza lá na Chapada dos Veadeiros, onde logo no início aprendemos a lutar contra o pensamento de que toda subida é chata e temos que nos adaptar a ir subindo sem pressa alguma, degrau por degrau, focado no presente e sem se preocupar com futuro próximo, que ainda será de mais um pouco de subida.
São quase 1Km de subida, um ‘drop pra riba’ daqueles, o bom e velho ‘Up-Hill’ que é recompensado por um belo visual, verdadeiro prêmio pela primeira conquista.
Largamos as mochilas cargueiras um pouco pra ficar leve por um breve instante e uma pausa merecedora para observar toda a imensidão e beleza da Chapada lá do alto da Serra.
Não deixando o sangue esfriar seguimos firmes cortando o Sertão Zen num percurso majestoso e numa boa toada.
Chegamos na área de camping e já tinha uma galera acampada, tivemos que arrumar um outro canto e tudo deu certo. Ajeitamos um lugarzinho bom, afastado do ‘crowd’, sem ter que ficar de parede e meia com ninguém, afinal estamos no mato e é para curtir por completo essa tal de liberdade.
Partimos para a sequência de cachoeiras e quedas formadas pela água cor de Coca-Cola do Ferreirinha e ficamos por lá até quase o sol sumir atrás das rochas.
O visual é único do Vale do Macaco, as cachoeiras e todo o conjunto de pedras e plantas que compõem este cantinho especial da Chapada valem a pena tal contemplação.
Voltamos pra área de camping e aos poucos a claridade deu lugar para um céu repleto de estrelas e um visual que mereceu mesmo ficar por horas observando detalhes.
Hora de preparar o rango campista, aquela refeição quentinha, nutritiva e merecedora para um pós trilha com a boa e velha mochila cargueira nas costas.
Povo dorme cedo, afinal não tem TV, internet, nem muito o que fazer, aquele cansaço que chega forte e também a galera acordou cedão para estar aqui.
A noite passa ligeiro e sem dúvidas que dormir no Sertão Zen é massa pra caramba!!
No outro dia foi só o rito de tomar o café sem pressa alguma, desmontar o acampamento, dar uma molhada na cachoeirinha ali perto, encher os reservatórios de água, tudo na maior paz e sossego para voltar caminhando curtindo o visual, sem stress e neura com nada.

Nosso agradecimento especial para todas as aventureiras e aventureiros que marcaram presença nesta edição do Sertão Zen.
E voltaremos, não sabemos quando, mas é certeza que voltaremos para continuar sendo Ser Tão Zen, ou Sertão Zen...

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Relato: Flávio Martins Santos

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