Serra da Boa Vista


 Região: São Jorge - GO
 Data: 03/11/2020

Viagem daquelas com um proposito a mais do que curtir belas paisagens e todo o encanto da Chapada dos Veadeiros. Objetivo foi realizar um levantamento de um trecho de uma boa travessia que vem por ai.
Sem saber o nível e com uma distância aproximada só tínhamos mesmo a certeza de encontrar um cenário diferente do que estamos habituados a ver na região.
Época das águas, mas quem tem São Pedro como parceiro, aquela boa energia e não se importar em andar debaixo de chuva o tempo ruim não é desculpa e sim atração.

Nosso ponto de encontro foi na Cachoeira dos Cristais e aos poucos o grupo foi se formando. Uns já chegaram e foram logo fazer a trilha das cachus, outros ficaram um bom tempo curtindo o local, mas como combinado na hora de partir todos já haviam chegado. De lá partimos para o Seu Valdomiro para dar uma olhada no morro do Buracão e por conta das chuvas e por segurança deixamos de lado subir o danado, afinal o objetivo seria no outro dia e qualquer vacilo poderia colocar o objetivo em risco. Chegamos em São Jorge e logo estávamos instalados no nosso forte apache, nossa base, nosso recanto, a casa Canto de Jorge.

Domingão e o dia do trekking, a Etapa Campeiro.
Tudo como combinado e depois de uma bela estrada de terra estacionamos e o cenário já demonstrava o que teríamos pela frente, um visual animal do início ao fim.
Todos equipados, nosso guia e braço direito na região Alex Kalabura puxando o grupo, eu e Carolzinha nos cuidados com todos e de olho nos perigos e riscos. O tempo estava perfeito para caminhar, sem sol e calor, sem chuva e um nublado com buracos que hora e outra os raios solares passavam dando aquela claridade. Subimos então um paredão ao estilo “Cabritagem”, quem treina sabe! Todos mandaram super bem e lá de cima é inevitável não dar uma contemplada no cenário. Da pra ver São Jorge vista de um outro lado, a região dos imponentes Morros do Buracão e da Baleia, as serras e morros dos Alpes Goianos, a região dos Couros e toda a vastidão destas bandas da Chapada.
Seguimos firmes e cortamos alguns campos limpos com cenário espetacular. De longe os cânions e adjacências da serra demonstravam que estávamos em cima de um labirinto e com muita beleza oculta.
Paramos na primeira grota, atravessamos muitos vertedouros, muito vida presente, espécies como aquele belo sapinho venenoso, o sapo-flecha (Ameerega flavopicta), espécies de plantas diversas, campos de Canela de Ema, campos rupestres, cânions e realmente um cenário deslumbrante. Fomos até o ponto onde decidimos em seguir ou não, e de acordo com o tempo, a próxima descida, o tanto que faltava e uma mudança repentina no vento optamos em retornar. Segurança é primordial e teremos outras pernadas por aqui. Fizemos uma pausa para um lanche, passamos por uma zona úmida onde haviam vários canais de água passando por baixo do capim, um perigo para torcer o pé e como todo cuidado chegamos na parte alta novamente. Seguimos firmes e fortes por um campo rupestre o que faz com a caminhada perca velocidade e constância, depois de vencido o campo pegamos um trecho limpo onde a caminhada ganhou velocidade.
Realizamos algumas paradas para recompor, aquele deslumbre, fotografar e demos um mergulho no poço da grota para refrescar e relaxar. A essa hora já podíamos observar uma chuva que vinha longe da direção sul, mas mesmo assim apresamos o passo, afinal é melhor terminar uma trilha com a roupa seca do que molhada. Já quase no final uma nuvem carregada vinha aparecendo da porção norte e aquela que vinha da porção sul chegada com vontade. Aquele nosso parceiro antigo de aventuras, São Pedro parecia segurar as duas nuvens, esperando o grupo descer, fazer a última foto, entrar no carro e deixar a chuva cair.
Coincidência ou não, até nas horas de abrir as porteiras na volta a chuva dava trégua.

Obrigado São Pedro!
Obrigado aos participantes, Ju, Karen, Lu, Matheus, Neuzimar, Renato, Rodrigo e Vanessa pela confiança, animação, garra e pela boa energia.
Forte abraço ao parceiro e guia Alex Kalabura e para Carolzinha que sempre fecha a trilha com a maior positividade.
Nem descansem que vem pela frente!!

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Relato: Flávio Martins Santos

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