Camping na Serra Dourada


 Região: Cidade de Goiás - GO
 Local: Serra Dourada
 Data: 22/04/2019

Depois de realizarmos a Travessia da Serra Dourada em 2018 voltamos no feriado da páscoa para passar uma noite acampados no alto da serra.
Além do camping colocamos em nosso roteiro uma trilha exclusiva com uma boa subida de aproximadamente 7Km e a decida com seus quase 6Km. O nível era desconhecido para o nosso grupo e a expectativa era grande.

Chegamos na fazenda e fomos recebidos pelos adoráveis proprietários, Dona Enilza e Seu Geraldinho que cuidam carinhosamente daquele recanto encravado em meios a morros que antecedem a grandiosa Serra Dourada.

Todos equipados e depois das instruções passadas o grupo composto por 25 aventureiros e 4 cachorros da fazenda que nos seguiram para mais uma trilha. São Pedro mais uma vez garantiu um céu limpo e aquele azulado que contracena com o verde goiano emolduravam um cenário perfeito. Passamos por pastagens, atravessamos alguns riachos, uma breve parada em uma cachoeira e dali para frente foi só subida. O caminho vai seguindo o cânion do ribeirão que nasce lá no alto.
A cada curva um poço ou uma pequena quedinha d’água para refrescar. A tonalidade da água escurecida, porém límpida e conhecida “cor de Coca-Cola”. Sobe mais e a tonalidade de alguns liquens/lodo são de um verde quase amarelado do tipo “caneta marca texto”.
A medida que vamos subindo, ao olhar para trás notamos o ganho de altitude e também a beleza do local vai mudando conforme o vale vai se distanciando. Algumas paradas são realizadas para saciar a fome e também ficar curtindo aquele mundão verde cortado por matas e propriedades rurais. Podemos dizer que o percurso é de 90% de subida e quando chegamos em um platô onde aparece uma areia parecendo com areia de praia é sinal que estamos na região do alto da serra e a subida está terminando. Neste ponto dos 4 cachorros que iniciaram a trilha apenas 1 seguiu adiante, o menor e mais valente.
Depois que cessa a longa subida ainda tem um trecho que corta formações rochosas empilhadas, bem parecidas com as da Cidade de Pedra. A galera ganhou animo quando chegou na estrada do Parque, ao ver aquele caminho e um pouquinho de sinal de civilização a animação jogou o cansaço fora.
Antes de ir arrumar o acampamento o grupo curtiu o visual do outro lado da Serra, onde é possível ver a Bacia do Araguaia, Goiás e um espetacular pôr do sol.

Nem demorou o sol se esconder veio aparecendo aquela enorme bola amarelada lá no horizonte de frente ao acampamento, logo o primeiro grito: “Olha a Lua gente!!”.
Logo na sequencia o saboroso jantar foi servido e com uma estrutura perfeita para ficar ali curtindo por horas uma boa conversar e muita gargalhadas. Aos poucos foram indo dormir e a noite foi ao som do vento que passava ali na crista da Serra Dourada.

Com as primeiras luzes da manhã o acampamento foi acordando e depois de um breve café da manhã vem aquele desmonte do acampamento e arrumar os equipamentos.
Grupo animado e iniciamos o retorno para a fazenda. A trilha é outra e pega um caminho paralelo ao cânion da subida. O visual deste lado fica mais aberto pelo fato de não estarmos indo por dentro de cânion. Do alto é possível avistar Mossâmedes, Sanclerlândia, Americano do Brasil e Itaberaí. Breves paradas para curtir o visual e em uma dessas avistamos no vale um grupo de 5 carros de boi que faziam o som do seu “carrear” ecoar pelo vale. Som que chegou ao grupo e durou um bom tempo dando aquele ar que nos remetia a um tempo onde aquele era o meio principal de transporte de cargas. Meio que se sentindo exploradores dos tempos desbravadores tocamos em frente para finalizar a trilha.

Descemos até passarmos pelo riacho que passa ao fundo da casa do Seu Geraldinho e da Dona Enilza e o cachorrinho branco já batizado de Salaminho ganhou uma receptividade calorosa dos outros 3 cachorros da fazenda que desistiram da subida. Já o grupo foi antes de mais nada agradecer pela ótima refeição no alto da serra que havia sido preparada pela Dona Enilza, e que jantar! Hora da despedida sempre deixa aquele aperto no peito, afinal o casal é o típico sertanejo que sabe receber e demonstrar amor de forma verdadeira e espontânea.

PÓS SERRA DOURADA
Pegamos então o rumo para o Balneário Sucuri onde que além dos poços para banho, algumas cachoeiras o nosso saboroso almoço esperava pelo grupo. Só foi contornar a serra, pegar um trecho de estrada de terra e pronto!
Foi a hora de descansar, dar aquela relaxada, colocar a carcaça de molho no poço sucuri e depois do almoço ficar ali horas papeando com o grupo. Partimos para o camping Santo Verde e montamos nossas barracas em meio a formações rochosas, arvores de vários portes e um lugar muito bem preservado pelo nosso amigo e parceiro Rodrigo Santana que juntamente com sua família realiza um trabalho a um tempão na região que vai muito além apenas do turismo.

A noite fomos curtir a bela cidade de Goiás e saborear um rango no Dedo de Prosa. O local fica ali na praça do Coreto perto do Chafariz e em frente ao Museu de Arte Sacra da Boa Morte.
Ficamos ali um tempinho, ainda descemos até a beira do Rio Vermelho, mas as pernas já pesavam mais e o cansaço pedia cama, ou melhor, saco de dormir.

Domingo de páscoa e no meio da paz do camping Santo Verde, onde a passarada faz festa ao amanhecer o grupo foi despertando. Alguns apressadamente desmontaram o acampamento, outros iam aos poucos realizando suas funções. Despedimos do camping e da família Santo Verde.
O café da manhã foi no Mercado e a culinária saborosa de Goiás fez com que ficássemos ali um bom tempo. Não tem como ir e não querer provar um pouco de cada coisa, mas são tantas coisas que garantimos que não dá para provar tudo. O carro chefe é o bolinho de arroz, mas você se depara com uma infinidade de doces e salgados. A arquitetura e o ambiente do Mercado merece um bom tempo ali sentado, colocado a conversa em dia e enchendo o bucho.

Desta vez abortamos a caminhada cultural e realizamos o circuito de carro. As pernas e o esqueleto queriam descanso depois da subida da serra, e o sol estava muito forte. Fizemos então aquele belo percurso que passa pelas principais construções e monumentos históricos.
Depois disso foi seguir firme e voltar a realidade... logo cedo chegamos em Brasília.

Nosso agradecimento vai a todos os participantes que mesmo com fortes chuvas no Distrito Federal a confiança que o clima e tempo lá estariam diferentes mais uma vez deu certo.
Como dizemos que São Pedro possui um contrato especial com o DOCERRADO.com, o clima foi perfeito.
O fator parceria entre todos os aventureiros mais uma vez demonstra que em nossas viagens não somos um grupo e sim um time.
Obrigado ao nosso apoio importantíssimo na região, Rodrigo Santana da Ipê Turismo, Orlei e Fred que fazem parte desta equipe esperta e prestativa.

Vamos em frente que o caminho é longo!!


Relato: Flávio Martins Santos

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