Expd. Sudoeste GO 3


 Região: Parque Nacional das Emas - GO
 Data: 04/03/2019

3ª PARTE: PARQUE NACIONAL DAS EMAS
Carros de volta na estrada, uma breve passada em Chapadão do Céu e depois seguir em frente até o Parque Nacional das Emas.
Na entrada do parque fomos recebidas pela Tuca, uma queixada que foi encontrado ainda filhote e vem tentando voltar a vida selvagem. A descida do portão do parque até a base estava com uma leve dose de um “off-roadzinho”, mas como toda expedição tem sempre um perrengue todo chegar tem seu prêmio.
Ao descer das viaturas tivemos a recepção curiosa e amorosa da Gertrudes, uma anta que foi recuperada em uma fazenda e que vem tentando voltar a vida selvagem.
Fomos recebidos pelo Nélio, grande parceiro da Trilhas do Cerrado que estava ali para dar um super suporte e toda a estrutura perfeita para duas noites acampados no Parque Nacional das Emas.
Acampamento montado e o grupo foi conhecendo aos poucos os arredores da nossa base. Até tínhamos em mente uma atividade como uma breve caminhada, mas o cansaço derrubou a galera. A noite fomos surpreendidos por um lobinho que ficou ali rondando nosso acampamento durante horas, e até fazendo pose para fotos.

PARQUE NACIONAL DAS EMAS – DIA 2
Acampar no Parque Nacional das Emas é ser acordado com um despertador natural.
Araras, gaviões de várias espécies, mutuns que perambulam a área de camping, curicacas, garças cinzas e mais uma pancada de pássaros, apenas ali ao nosso redor. O céu estava aberto mais uma neblina veio chegando no camping. Um forte café da manhã, aquela prosa na varanda e logo o chamado para arrumar as tralhas e partirmos para um safari pelo parque.

Utilizando o caminhão safari o grupo partiu rumo a direção norte do parque. Passamos pela ponte do Rio Formoso onde a neblina ficou mais forte dando um certo charme naquele trecho. Na área de campo limpo a neblina já tinha dissipado e era possível enxergar a imensidão do parque. Chegando na área dos cupinzeiros gigantes onde rola a luminescência o pneu do caminhão furou e na verdade valeu a pena. O grupo saiu andando pela estrada e podemos observar de perto alguns detalhes que passariam despercebido indo no caminhão.
Fotos, muitas fotos foram tiradas até a chegada do caminhão. Grupo de volta no caminhão e logo a frente foram aparecendo algumas aves como gaviões como o de cauda vermelha, o carrapateiro, o de rabo branco e várias outras aves. Mais à frente a primeira parada e a chamada no rádio indicava que era um veado na pastagem. Fica aquele silêncio e os olhares vasculham até que aos poucos vão falando:
- “achei!”,
outros ainda perguntam:
- “onde?”.
No final todos avistaram uma fêmea grande perto de um cupinzeiro, e nessa busca outros avistaram uma ema. Ainda observamos deitado na pastagem tentando se esconder o filhote da fêmea que estava ali a alguns metros. A informação foi que as fêmeas deixam os filhotes em um lugar meio “escondido” e elas aparecem propositalmente para chamar a atenção de um possível predador, no caso nós, ali munidos de máquinas fotográficas e aquela curiosidade.
Avistamos outro grupo de veados nas pastagens e estes estavam mais perto. Eram 3 exemplares, duas fêmeas e um macho.
Nesta toada fomos até o mirante, uma área chamada de Furnas que é uma depressão formando um belo vale onde nascem alguns rios principais da região.

Voltamos para nossa base já perto da hora do almoço, mas teve um tempinho para dar aquela relaxada antes das próximas atividades.
Almoço servido! Aquela fila divertida para fazer o prato. Com tanta fome e uma refeição deliciosa a galera caprichou no rango. Depois alguns colocaram redes na árvores e outros jogaram canga na grama debaixo de uma boa sombra para um breve descanso. Nem deu tempo de sonhar e já escutaram aquele grito:
- “Booooooora!”.
Era hora de arrumar as tralhas para atividade na água, e como combinado no horário o grupo estava já equipado, recebendo as instruções para uma descida de bote pelo Rio Formoso.

DESCIDA DE BOTE
Todos ali perfilados na descida para o rio, grupos montados por bote e aquela confiança no parceiro de remada. Aos poucos soltos no rio os botes com os marinheiros de primeira viagem eram motivos de muita gargalhada. Alguns desciam já rodando e iam logo para as galhadas mais próximas. Outros até que conseguiram descer sem rodar, mas todos tomaram uma boa dose de galhada e a companhia de aranhas.
Demora um pouco até pegar o jeito de deixar o bote no rumo e ainda fugir das galhadas. Mas essa luta é constante. Normal é quando você acha que está indo bem e vem um grupo de amigos em outro bote e lhe acerta mandando sua embarcação para a galhada.

Divertido! Requer atenção, trabalho em grupo e tem que ter o apoio de uma equipe profissional como a galera do Trilhas do Cerrado.
O passeio é longo e passa por vários lugares bonitos, matas de galeria, buritizais, alguns remansos onde vale a pena parar o bote e dar aquela contemplada. Você pode fazer o trajeto na água, só flutuando ao sabor da correnteza. A água estava muito boa, o sol forte mostrava a beleza do Rio Formoso que possui uma água limpa, cristalina e uma vegetação aquática que chama atenção.
Depois de um bom tempo realizamos uma parada na prainha, o grupo se recompôs e foi a hora de um zoar com o outro, dar rizada e um breve descanso.
Voltamos para a água e neste trecho teve algumas curvas, passagem por tocos submersos e outros desafios que deixaram o grupo com a bateria baixa. Foram 8km de descida de bote, uma boa dose confortável de adrenalina e uma rica aventura que mostra toda a beleza deste importante rio da região.
Chegamos no ponto de parada, a corda de segurança indicava que ali terminava nossa aventura no Rio Formoso.

Voltamos para a base à tardinha, novamente aquela breve pausa, toma água, come algo ligeiro porque vem de novo aquele grito:
- “Booooooora!”.
Era mais um safari, só que desta vez noturno e alguns decidiram ficar descansando no camping.
Passamos no museu que fica na entrada do parque, aquelas explicações valiosas da galera conhecedora da região e partimos para mais um rolé de caminhão. Beirando a cerca avistamos bandos de veado, uns 4 agrupamentos distintos, sem contar com um maravilhoso pôr do sol para fechar o dia.

De volta a base agora era hora de relaxar, banho, roupa seca e confortável, aquela maravilhosa janta e a boa roda de prosa com o grupo. Aos poucos os integrantes vão sumindo, cada um pegando o rumo das barracas para mais uma noite de descanso.

PARQUE NACIONAL DAS EMAS – DIA 3
Mais um amanhecer no parque, cansados sim, mas ainda tínhamos algumas atividades e muito chão pela frente. Levantamos até um pouco mais tarde para aliviar e depois do café da manhã montamos os grupos para a descida de boia cross. Enquanto alguns se arrumavam outros se juntaram e foram realizar uma trilha curta de caminhada.

BOIA CROSS
Instruções dadas e novamente em fila desceram até a beira do rio.
Ali cada um segurando o outro aguardavam atenciosamente o comando do Nélio, que ao entrar na água gritou:
- “Larga!”.
A descida pegou velocidade, agora era só você, as remadas no braço, as galhadas da descida de bote ainda estavam lá, doidas para lhe dar uma surra. É mais fácil do que no bote, depois que pega jeito na boia, a velocidade lhe deixa animado.
Passamos pela corredeira, faz a curva e vem a ponte. Agora era a hora de fazer certinho a curva, pegar o canal e tentar não bater no pilar da ponte. Passa ligeiro e entra na seção das corredeiras mais fortes. Segura firme e fica esperto para não levar um capote.
Bem animada a descida, e brevemente chegamos no ponto de parada. Tipo de diversão e aventura que ao terminar você diz que quer mais.

De volta ao camping, agora era hora de desmontar as tralhas, preparar as viaturas, almoçar e pegar a estrada.
O último almoço, a despedida do Nélio e sua equipe. A última olhada naquele recanto maravilhoso que é o Parque Nacional e seguimos em frente.
Neste ponto o grupo dividiu-se, alguns voltaram para Brasília e outros tomaram rumo para conhecer a Lagoa Santa.


Relato: Flávio Martins Santos

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